Um dia ela parou, pensou e finalmente chegou a conclusão de que era usada por todos; que sempre passavam por ela para conseguir apoio, ou quem sabe um momento de descanso, indo embora sem se quer dizer uma palavra.
Ela temia ser jogada na rua e ir parar em algum lugar sujo e solitário onde não existiria ninguém para usa-lá. Participava sempre dos momentos mais especiais da família, desde o natal até a páscoa. Se torturava por não saber quando a sua imortalidade material acabaria; até que um dia a coisa mais incrível de sua existência aconteceu, um pequeno ser, com sua fala ainda em formação disse com desajeito:" cadeira!".
Ela do fundo do seu ser madeirado tentou de alguma forma emitir um "obrigado", mas para o seu desespero o máximo que conseguiu foi um "nhec-nhec" de madeira velha. Apesar dos pesares, ela sabia que aquele pequeno ser estava agradecido mesmo sem ter escutado suas palavras madeiradas. Daquele dia em diante ela percebeu o porque de estar ali....
como a porta está para abrir e o cadeado para fechar.