O dia era meio estranho, as cores pareciam ser outras no mundo que é o picadeiro da minha trupe.
Enquanto eu pensava no numero com fogo que iria fazer pela noite; de longe pela janela, eu via ela; cabelos vermelhos, sentada aos pés da escadaria de uma igreja; as mãos sobre o rosto como quem faz delas lenço, pernas recolhidas encostadas ao corpo.
Chegando mais perto pude ver algumas lágrimas que desciam sem motivo certo.
Não demorou muito pra perceber que era o seu coração que rolava pelo chão.
Perguntei a ela o que tinha acontecido, mas resposta não tive.
Recebi apenas um levantar de cabeça, que me deixou ver o seu olhar quase perdido.
Eu disse:
-garotas lindas de cabelos vermelhos não choram...
ela levantou a cabeça e me devolveu um pequeno sorriso que vinha de algum lugar bem distante dali.
fiquei sentado ao seu lado durante horas sem que falássemos uma única palavra.
Um sorveteiro passou e tomamos sorvete.
Um florista passou e lhe dei rosas.
Ela não mais usava as mãos como lenço, pois não mais chorava.
Olhava para mim com um olhar esperançoso, como um sol que raiara para um novo dia.
Fitei aquele coração que estava no chão aos seus pés por tanto tempo,
Peguei-o, mencionei com gestos entrega-lo de volta a ela, porém, o guardei comigo na lona de circo, que é o meu coração.
Perguntei a ela se naquela noite ela gostaria de assistir ao espetáculo da minha trupe, a resposta veio
com um olhar que ao meu ver parecia positivo.
Durante o resto do dia, meus pensamentos se perdiam na dúvida frustrante que era não saber se aquela garota de cabelos vermelhos iria ao espetáculo. A noite chegou e a praça já estava tomada, muita gente mesmo, mas nada dela.
Os números começaram, primeiro os palhaços e malabaristas, depois os acrobatas e já estava chegando a minha hora e sem muitas delongas ela chegou. Comecei o número, e enquanto estava ali sendo o centro das atenções do público, meus olhos não paravam de procurá-la. Até que a vi entre as pessoas. Era ela !
Meu coração se encheu de alegria naquele momento, acho que foi um dos melhores números que fiz em toda a minha vida até aquele momento. O espetaculo chegou ao fim e fui me arrumar no trailler o mais rápido possível para ir ao encontro dela, qual não foi a minha surpresa ao vê-la me esperando na porta, tímida.
Ela olhou para mim, colocou as mão sobre meu coração e o guardou dizendo:
-você falou tudo que eu precisava ouvir sem dizer uma palavra.
Depois desse dia a garota de cabelos vermelhos fugiu com a nossa trupe. E eu e ela agora espalhamos juntos a luz do circo pelo picadeiro do mundo.
Enquanto eu pensava no numero com fogo que iria fazer pela noite; de longe pela janela, eu via ela; cabelos vermelhos, sentada aos pés da escadaria de uma igreja; as mãos sobre o rosto como quem faz delas lenço, pernas recolhidas encostadas ao corpo.
Chegando mais perto pude ver algumas lágrimas que desciam sem motivo certo.
Não demorou muito pra perceber que era o seu coração que rolava pelo chão.
Perguntei a ela o que tinha acontecido, mas resposta não tive.
Recebi apenas um levantar de cabeça, que me deixou ver o seu olhar quase perdido.
Eu disse:
-garotas lindas de cabelos vermelhos não choram...
ela levantou a cabeça e me devolveu um pequeno sorriso que vinha de algum lugar bem distante dali.
fiquei sentado ao seu lado durante horas sem que falássemos uma única palavra.
Um sorveteiro passou e tomamos sorvete.
Um florista passou e lhe dei rosas.
Ela não mais usava as mãos como lenço, pois não mais chorava.
Olhava para mim com um olhar esperançoso, como um sol que raiara para um novo dia.
Fitei aquele coração que estava no chão aos seus pés por tanto tempo,
Peguei-o, mencionei com gestos entrega-lo de volta a ela, porém, o guardei comigo na lona de circo, que é o meu coração.
Perguntei a ela se naquela noite ela gostaria de assistir ao espetáculo da minha trupe, a resposta veio
com um olhar que ao meu ver parecia positivo.
Durante o resto do dia, meus pensamentos se perdiam na dúvida frustrante que era não saber se aquela garota de cabelos vermelhos iria ao espetáculo. A noite chegou e a praça já estava tomada, muita gente mesmo, mas nada dela.
Os números começaram, primeiro os palhaços e malabaristas, depois os acrobatas e já estava chegando a minha hora e sem muitas delongas ela chegou. Comecei o número, e enquanto estava ali sendo o centro das atenções do público, meus olhos não paravam de procurá-la. Até que a vi entre as pessoas. Era ela !
Meu coração se encheu de alegria naquele momento, acho que foi um dos melhores números que fiz em toda a minha vida até aquele momento. O espetaculo chegou ao fim e fui me arrumar no trailler o mais rápido possível para ir ao encontro dela, qual não foi a minha surpresa ao vê-la me esperando na porta, tímida.
Ela olhou para mim, colocou as mão sobre meu coração e o guardou dizendo:
-você falou tudo que eu precisava ouvir sem dizer uma palavra.
Depois desse dia a garota de cabelos vermelhos fugiu com a nossa trupe. E eu e ela agora espalhamos juntos a luz do circo pelo picadeiro do mundo.